• Prioridades da União Africana Ressaltadas no Discurso do Presidente da República de Angola


    As prioridades de Angola na Presidência Pro Tempore da União Africana continuarão a ser tudo à volta da agenda para a paz, o reforço do multilateralismo e da justiça para os africanos e afrodescendentes através de indemnizações e reparações.

    Ao proferir a “Mensagem sobre o Estado da Nação”, ontem, 15 de Outubro de 2025, na Assembleia Nacional, em Luanda, o Presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, disse que se colocou também na agenda as questões do capital humano e das infra-estruturas como alavanca para a construção da África que “queremos, tendo em conta o dividendo demográfico do continente e a carência de infraestruturas para o reforço da conectividade e do comércio intra-regional”.

    Anunciou que a capital de Angola, Luanda, acolhe de 28 a 31 de Outubro, a terceira Cimeira sobre o Financiamento de Infraestruturas em África, evento que servirá para a partilha de experiências, estabelecimento de parcerias e a sistematização da visão do continente neste domínio crítico, para acelerar a integração e o desenvolvimento, em linha com a Agenda 2063 da União Africana.

    A Presidência de Angola na União Africana criou condições para reflectir e alavancar com as infra-estruturas em África e terá um momento ímpar para evidenciar, discutir e definir caminhos para mitigar e solucionar constrangimentos em torno das infra-estruturas do continente. Especialistas, financiadores, políticos e parceiros estratégicos, estarão em Luanda para tratar de aspectos críticos voltados às infra-estruturas em África.

    “O nosso continente continua a ser a nossa maior prioridade no quadro da política externa. Este ano tem a particularidade de termos assumido pela primeira vez na nossa história, a Presidência Pro Tempore da União Africana, feito que nos enche de orgulho patriótico, por constituir uma das nossas maiores conquistas diplomáticas, mas que também aumenta a nossa responsabilidade para com o continente africano”.

    João Lourenço afirmou que a diplomacia da paz ao nível do nosso continente continua a merecer a maior atenção. As responsabilidades assumidas por Angola motivaram o convite feito à República do Togo para assumir o papel de facilitador do diálogo entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, embora continuemos a acompanhar o desenvolvimento do processo negocial.

    “Consideramos importante que haja a coragem das partes em conflito para a implementação das duas principais medidas que podem afastar as chamadas ameaças existenciais para ambos, nomeadamente, a retirada do contingente das Forças de Defesa do Ruanda do território congolês democrático, a neutralização efectiva das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda por parte das autoridades congolesas e o início do diálogo interno entre os actores nacionais congoleses, considerados relevantes para o alcance da paz definitiva naquele martirizado país irmão”.

    Para o efeito, a presidência da União Africana aplaudiu o retorno à normalidade constitucional na República do Gabão e por consequência o seu regresso à União Africana e incentivou os demais países da CEDEAO, afectados por golpes de Estado, o Burkina Faso, o Mali, a Guiné e o Níger, a enveredarem pelo mesmo caminho envidando esforços com vista à rápida reposição da normalidade constitucional.